Coisas e Não Coisas Perdidas: O Velho.


Pra onde vão as coisas que a gente perde? Eu fico imagino, como se a gente não perdesse realmente. Pra mim, é com se alguém estivesse sempre a postos, esperando que nos descuidemos de alguma coisa a ponto de que quando aquela coisa suma, nos perguntemos "onde foi mesmo que eu deixei?".

Pensando nisso, estou começando a escrever uma serie de histórias de "coisas" e "não coisas" perdidas. Sim coisas e não coisas, a primeira "historinha" é sobre uma "não coisa", só pra ilustrar meus pensamentos, e se chama:

"O Velho"
"Um dia eu perdi minha juventude... Fiz cartazes, preguei nas arvores e postes pela rua inteira, então eu percebi que eu tinha idade suficiente para andar pelo bairro, e andei, pelo bairro inteiro procurando e pregando mais cartazes. De tão grande que era o bairro eu perdi muito tempo, o bairro virou cidade que virou estado, logo eu já procurara por outros países e nada. A procura havia me deixado mais velho ainda.

Perdi minha juventude buscando por ela. Então, eu me perdi também.

Perdido eu vim parar aqui, onde nem eu mesmo sei que estou, afinal, se eu soubesse já não estaria perdido e não estaria aqui, inerte. Sim, inerte, por não saber como vim parar aqui não faço ideia de como sair daqui... e como não sei pra onde ir... eu apenas fico."


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Agradecimento especial a Marcos Genú, que dividiu essa ideia comigo e me deixou escrever a respeito do meu jeito. Só um aviso, a partir dessas histórias vamos produzir um filme, que provavelmente não será um curta :)