Um Medo Comum


O vento soprou como se quisesse me derrubar, leve que eu era, cambaleando e trocando as pernas, fui me aproximando, sem saber, de você. Era confuso e atordoante, eu queria chegar e me segurar em você, mas o vento era demais pra ti também. Destelhando casas como se nunca tivesse tido uma, o vento foi nos afastando e eu que tinha acabado de te notar, era forçado a te esquecer e pensar em mim, em sobreviver.

E o vento nos levou um pra longe do outro, mas nos levou pra perto de outros. Mas não eram aquelas pessoas que estariam conosco pra sempre - ao menos não comigo. Eu guardava na mente o teu sorriso e a lembrança daquela luz nos teus olhos. Aquela luz que eu busquei nas outras pessoas e nunca encontrei, aquele sorriso que fazia com que eu me sentisse um gigante.

A passos de formiga eu me reaproximei, senti no ar o teu cheiro e te busquei com se fosse um cão. Tua mão era tudo o que eu queria, pois estava aos seus pés - ainda estou. O que eu quero que saiba, o que quero que entenda é que nesses dias que já passaram, não houve um olhar que eu encontrei e não comparei com o teu.

Eu tenho te esperado, mesmo sem saber, a muito tempo. Tempo, esse, em que a solidão me soprava calafrios à nuca. Eu nunca mais quero sentir essa dor de não saber o que sentes, mas eu não tenho coragem o suficiente de perguntar.

Então, eis que me toma um dilema, saber ou não saber?

Um Conto: Eleanor... Ah, Eleanor...

As vezes assusta ver os pássaros comendo o arroz na frente da igreja, depois do casamento, e logo depois vê-los voar pra longe, levando as bênçãos simbolizadas ali naqueles grãos. Mas sempre tem aquela tia velha e solteira que cata alguns e leva pra casa, pra todo casamento há uma tia velha solteira, ou todo casamento tem a sua Eleanor Rigby.

É engraçado pensar... O que é engraçado pensar? É tudo tão trágico que o riso insano torna-se a única expressão plausível naquele momento. Estérica ela ria do outro lado da rua da Igrejinha... Ah se eles soubessem. Ela não ria por motivo algum que eles pudessem supor, seu riso "descontido" era, na verdade, um urro de dor que se perdera e acabara saindo daquele jeito esquisito. Ela estava berrando de sofrimento e dor, os "rá rá rás" eram na verdade pedidos de socorro, e as lágrimas que escorriam ali então, eram as mais verdadeiras e tristes que nunca poderíamos imaginar.

- Olhem só, todas essas pessoas solitárias, de onde elas vêm? De onde elas são?

Fico imaginando o que os padres fazem quando não estão as nossa vista, quer dizer, será que eles se mantêm castos? Vejo pecado nos olhos de todas as pessoas solitárias, como vejo nos meus, vi um padre sozinho ao passar na frente da igrejinha, ele estava sentado na escadaria mexendo em suas meias... o que ele fazia? Será que ocupava a cabeça pra não ter pensamentos mundanos, iguais aos meus? Será que o pecado que achei ter visto na barra da batina era só pasta de dente? Será que ele se mantia casto?

Olhem só todos solitários, de onde somos? Pra onde vamos?

Todos deveriam saber, quando ela berrou daquele jeito e correu pra dentro da igreja, mas já havia ninguém lá, já não haviam pessoas solitárias como ela. A não ser, Mackenzi, acho que era esse o nome do padre das meias. Ela se ajoelhou enfrente ao altar, olhou pra-quela imensa cruz onde pendurada estava a imagem do nosso paladino... Ela derramou mais uma lágrima, e seus lábios arreganhados despenderam-se em seu rosto, ela olhou pra cima e caiu, caiu sem ver aonde. Durante o instante em que ela levou para sair de sua posição de fé e tocar o chão com seu rosto amargurado, o solitário padre Mackenzi se fez uma pergunta "será que eu não posso salvá-los como ele fez?" E ela tocou o chão com o rubor de seu rosto frio.

- Olhem só está pessoa solitária, quem ela gostaria de ser? Quem ela é?

Eleanor não tinha documentos, não tinha nada que lhe pudesse chamar Eleanor Rigby,Mackenzi foi quem escolheu assim. Ao fim daquele dia ele mesmo a enterraria, com suas mãos ele cavou a terra até que fosse tão fundo que as raízes das ervas daninhas ou do gramado não pudessem alcançar o corpo daquela que ele chamou Eleanor. Trabalho cumprido, ele a enterrou e disse em voz baixas algumas palavras que sempre dizia, mas na verdade pensara "mais uma alma que eu não pude salvar".

- Veja só mais uma pessoa solitária. Quem é você? Quem sou eu?

Ex Mr. Confusion, Now Mr. Brightside.


É bem verdade que eu sou muito otimista, sempre, mas acabo me fudend* na maioria das vezes, acho que é por que eu sou otimista de mais e acabo esperando muito de todas as coisas.

Cá estou eu denovo... mas não vou mais repetir aquela velha história. Agora eu to no modo "foda-se" mesmo que seja eu a me fuder dessa vez eu tô no lucro.


Sabem porque? <----não sei nunca quando é junto ou separado esse tal porque.. então foda-se

Por que dessa vez eu não tô ligando se eu vou me foder. Tô dando a cara a tapa, sempre acreditando que não vai doer, e que se doer eu vou gostar.

"Fact" é que.. vou dizer em metafora:


Eu resolvi correr certa vez - as vozes na minha cabeça diziam "Run Forrest! Run!" Nem sei se era comigo. Correndo eu vi muita coisa que estava parada ficando pra trás, também vi certas coisas correndo mais rápido ou por caminhos diferentes, mas um vez eu vi algo que eu não quis deixar pra trás, mas como eu não podia levar, pois o algo era vivo e corria em outra direção, tirei uma foto, foto essa que gardei na carteira, onde eu guardava fotos de tudo que eu não queria esquecer. Contudo, adiante no meu caminho, eu percebi que o meu caminho se cruzava outra vez com o caminho daquele algo vivo que eunão quis esquecer...


Bem, ainda não há uma continuação, eu sinceramente espero que haja a dança da FUUUSÃO! #DBRulles

Uma nova conclusão, eu era o Mr. Confusion e agora sou Mr. Brightside.