“Voou! Sem destino, sem caminho, só voou.

E apesar do desatino continuou. Sem caminho ou destino, só voou.

E ao encontrar o nada que procurava, continuou a nada procurar.

E voou, sem destino, sem caminho, só voou.”

“Ignorado sentimento no peito se isola, isolado do mundo no peito chora, se espreme ao calar e implora, pra ser sentido sentimento outra vez, em vez de isolar-se como feito outrora, sentimento senti dor de não ser sentido, escondido chorar em um ser sofrido que não fala do sentimento esquecido, pois o mesmo nem se lembra de ter-lo visto.”

Amor: amo-te como quem ama a vida.

Amo-te como quem sou suicida.

Amo-te por amar-te vívida.

Amo-te de te amar, sinta:

Como te amo só de amar, querida.

Em meus versos não posso falar.

Pois te amo sem saber como amar.

E amar sem saber o amor.

Quem é, onde esta, onde estou.

Ignorante é o amor iniciante.

Sem saber as regras jogo esse jogo perdido.

Aprendendo a cada rolar dos dados.

Que sem lados de cem me mostra a vida.

Que eu amo como a ti, querida.

E a ti só não engano.

Por estar enganado de te amar perdido.

De jogar outra vez os dados ao céu.

Que caídos ao chão, determinado é o caminho.

Caminho que sigo e sigo e sigo.

Perdido, perdido, perdido.

Em ecoar o teu nome, amor, amor.

E amar-te como amo à vida, ávida ferida.

E repetir como te amo de doer o peito.

Por amar-te e pronto.

Terminando meus versos todos com um ponto.

Digo de novo e em voz alta:

Amo-te por amar-te vívida.

E repetindo meus versos ganho tempo;

De pensar em novos versos a tempo;

De encantar-te, oh amor ao relento;

Não mais está, pois eu te acompanho.

Lembrando da vida apesar de pequena.

Ávida ferida me lembra, me lembra.

O ecoar dos meus sonhos, tão pouco vividos.

Mas te amar em meu sonho eu vivo, eu vivo.

O ecoar desse sonho que lembro que lembro.

De lembranças um beijo eu sonho bom sonho.

Vou calar os meus versos querida, querida.

Que ecoando me fazem repetir tudo outra vez;

Repetir de repente o repente sem traços.

Cem traços eu digo repito e repito.

Em meus sonhos te digo, eu grito, eu grito.

Que te amo te amo, te amo, te amo.

E amo-te como quem ama a vida.

Amor: Não se esqueça que amo a vida apesar de sofrer.

E por ser suicida, apenas por viver.

Amo-te assim mesmo, amor, amor.

Do meu peito repito de novo e outra vez.

Que te amo te amo, te amo, te amo, te amo.

Amo-te por amar-te vívida.

To escrevendo só por escrever e eu devo esclarecer, se meus versos ou frases fazem sentido ou não eu não ligo. Escrever só por escrever é como amar só por amar? Acho que não, até por que, se amar já é algo tão grande e significativo, acho que esse "só" é apenas ilustrativo, é como uma figura de linguagem no qual se põem... A nem sei do que eu to falando nem sei se sei amar, e a respeito das figuras de linguagem sei menos ainda. Sou apenas mais um no meio da multidão, mas não sou só um, isso não faz sentido pra você? Nem pra mim... Reticências... Ponho sempre no fim de uma frase, verso ou seja lá o que for que eu escreva sem saber se terminei... Sempre que não tenho certeza do fim ponho reticências e sigo em frente, que nem quando alguém está em dúvida a respeito de um sentimento, a respeito de um relacionamento e pede um tempo, um tempo que perdura por décadas ou talvez por toda a vida. Eu já escrevi muitas cartas, todas escritas por amor, seja chorando ou sorrindo, mas dessas só me lembro de ter entregue uma, eu me arrependo disso, não de entregar apenas uma, mas de entregar aquela uma, eu poderia ter entregue aquela que dizia que eu tinha medo de ficar só, talvez eu não o tivesse ficado, poderia também ter enviado aquela que dizia que eu tinha saudades, talvez eu não fosse esquecido. Mas não, eu tive que enviar aquela que dizia em uma ode de amor que eu era um vassalo da minha garota, que eu nem podia chamar de minha, pois ela poderia se sentir ofendida, eu era dela e ela não era minha, eu deixei isso implícito na bendita carta, conclusão me fudi, ora foda-se, ela brincou comigo, mas e daí? Eu nem liguei, só queria poder dizer te amo pra alguém que talvez pudesse responder "eu também" ou algo assim, mas nem isso ela fez. "Ah, que merda é a vida." Eu realmente pensei assim por alguns dias, mas claro, que logo eu abri meus olhos, e depois de enxugar minhas lágrimas eu pude ver tudo o que eu tinha pela frente. Tinha e ainda tenho uma vida pela frente, vou vivê-la do meu jeito, o melhor possível, vou viver sem chorar por pessoas que não chorariam por mim, mas chorar junto com aqueles que o fariam, mas dessa vez, chorar por estar feliz. Pois é feliz que pretendo viver daqui pra frente.