Soneto do que não dá pra mudar

Os dias passam hoje como passaram antes

Ainda assim hoje eu os vejo passarem diferentes

É como se agora eu pudesse usar o tempo que tenho

Ainda que todo esse tempo não supra minhas necessidades

A plástica de minhas palavras bem arranjadas

Pode até iludir alguns com meu insípido conhecimento

Mas a mim, quem eu mais queria iludir, talvez nunca consiga.

Logo eu, quem mais precisa de ilusão, quem mais precisa de uma fuga.

Logo minhas excessivas palavras excederão meu conhecimento

E meu vocabulário se apagará com o fluir do tempo

E nada mais me restará a não ser o meu atraso

Os dias continuam como antes eram e ainda continuaram a ser

Ainda que meu olhar confuso tenha mudado completamente

Eles continuaram passando e eu continuarei ausente

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