Um Medo Comum


O vento soprou como se quisesse me derrubar, leve que eu era, cambaleando e trocando as pernas, fui me aproximando, sem saber, de você. Era confuso e atordoante, eu queria chegar e me segurar em você, mas o vento era demais pra ti também. Destelhando casas como se nunca tivesse tido uma, o vento foi nos afastando e eu que tinha acabado de te notar, era forçado a te esquecer e pensar em mim, em sobreviver.

E o vento nos levou um pra longe do outro, mas nos levou pra perto de outros. Mas não eram aquelas pessoas que estariam conosco pra sempre - ao menos não comigo. Eu guardava na mente o teu sorriso e a lembrança daquela luz nos teus olhos. Aquela luz que eu busquei nas outras pessoas e nunca encontrei, aquele sorriso que fazia com que eu me sentisse um gigante.

A passos de formiga eu me reaproximei, senti no ar o teu cheiro e te busquei com se fosse um cão. Tua mão era tudo o que eu queria, pois estava aos seus pés - ainda estou. O que eu quero que saiba, o que quero que entenda é que nesses dias que já passaram, não houve um olhar que eu encontrei e não comparei com o teu.

Eu tenho te esperado, mesmo sem saber, a muito tempo. Tempo, esse, em que a solidão me soprava calafrios à nuca. Eu nunca mais quero sentir essa dor de não saber o que sentes, mas eu não tenho coragem o suficiente de perguntar.

Então, eis que me toma um dilema, saber ou não saber?

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