Eu não quero muito

Eu quero alguém que se dedique
Alguém que se responsabilize
Eu quero alguém que diz que vai
E vai
Eu quero alguém que se importe
Com quem eu me importe
Não importa o quê acontecer
Quando eu encontrar alguém disposto
ou disposta, seja lá quem for
Eu vou amar
Porque o quê a gente precisa mesmo
É alguém pra estar
E estar mesmo não estando
Alguém que se faça presente
Mesmo na ausência
A gente precisa de alguém que se dê
Que se doe
Porque eu vou me doar, vou me dar
Eu vou estar presente
Eu serei presente
Eu não desistirei
Até perceber que você quer desistir
E se você insistir eu vou insistir
Eu não sou de querer muito, apesar dos versos pesados que escrevo
Eu só sou de querer que me queira
É só o quê eu peço
Que se importe
Que pense em mim quando for fazer alguma coisa que pode me deixar chateado
Que converse e que me fale quando e porque estiver, se estiver
E eu vou ouvir
Vou tentar entender
Não, eu vou entender.
Porque eu vou pensar no assunto até chegar em um ponto de vista mais próximo do teu
E eu vou entender, mesmo que eu demore, eu vou me dedicar a entender
E talvez, mesmo que tenha doído
Eu vou perdoar
Porque quem ama
Quem se importa
Quer tá perto
E não tem nada que afaste mais as pessoas
Que um perdão adiado
Eu não quero muito
Eu só quero que você, seja lá quem for
Apareça logo
Porque a idade chega pra todo mundo
E viver sozinho é se amargurar
pouco a pouco
Desperdiçando o doce da vida
Em sonhos de olhos abertos
E deixando os sonhos incertos pra sempre
Eu não quero muito, mas se você chegar logo
Eu agradeço.

Eu sempre soube.

Além de hoje, o quê há? O desconhecido é assustador, é como caminhar pra frente no escuro total, de vez em quando bate aquela certeza de que tem uma parede ali. De vez em quando bate um medo do que há por vir.

Ontem eu almocei um belo prato de... Eu não lembro. Eu não lembro como vim parar aqui, eu não lembro o porquê. Eu não lembro quem era aquela pessoa que me cumprimentou na rua mais cedo.

Será que é isso? O tempo vai passando e a gente vai esquecendo tudo? Vai esquecendo que já teve medo do que estamos vivendo agora e olha só, talvez o agora nem seja tão assustador quando eu achava que seria... Talvez ele até seja, mas se for "Eu sabia!"

A Verdade Sobre o Padrão - parte III

Eu nunca vou entender o porquê de me sentir tão ligado a ela. Quando eu entrei em casa e todos confirmaram que a tinham visto, que eu não via fantasmas e que ela era real, ali pra mim e pra eles... Foi ai que eu percebi... Ela não vai voltar.

Ela só veio pra me confortar, aquele abraço, aqueles olhos, e mesmo aquele "bem ali"... Foi só o jeito de dizer adeus.

Ah, Deus. Por que?

Quando eu acordei, me recusei a abrir meus olhos, ao perceber que aquele encontro tinha sido apenas um sonho, eu me recusei a acordar. Por alguns segundos eu continuei sentindo o cheiro dela se dissipando... Foi como se ela tivesse estado, de fato, ali, no pé da minha cama.

É engraçado, anos atrás, quando eu comecei a escrever essa serie, era só pra tomar nota de um sonho que tive com alguém que havia sido muito importante pra mim. Nunca imaginei que essa lembrança me reconfortaria algum dia...

Eu vou dormir agora, seis da manhã, e espero sonhar com ela.

Adventureland, só que sem aventura.

Certo... Eu voltei a escrever, só pra guardar a história seguinte em algum lugar que não fosse a minha cabeça, porque... Como vocês sabem, coisas se perdem aqui.

Eu não era ninguém - e continuo não sendo - Ela era menos... Acontece que de alguma forma, nos aproximamos, nunca parei pra pensar a respeito e quanto mais eu penso, menos faz sentido. Eu era cheio de dúvidas e ela cheia de certezas, pelo menos era o que eu pensava. As dúvidas dela eram tão maiores do que aquelas que eu achava que tinha, que quando ela pareceu se decidir e começou a me deixar fazer parte da vida dela, e eu percebi, minhas certezas se inverteram... Talvez eu fosse o cara daquele filme Adventureland, porque ela era exatamente igual a menina do filme... Se quiser saber os detalhes é só assistir o filme, desconsiderar o emprego de verão e o final feliz.